Manuel lapa — da luz e das sombras

Nome cimeiro da história visual portuguesa contemporânea, Manuel Lapa (1914-1979) exerceu uma atividade prolífica e marcante entre as décadas de 1940 e 70, tendo-se destacado na produção de trabalhos icónicos ao serviço da propaganda do Estado Novo, de que a direção de arte da Exposição do Mundo Português (1940) é o expoente máximo. O seu trabalho, no entanto, não se limitou à colaboração com o regime, tendo sido vasto e diversificado nas áreas da ilustração e design editorial ou até da hagiografia e do figurinismo para cinema.

A exposição Da Luz e das Sombras, com curadoria de Jorge Silva, organizada em parceria pelas Câmaras Municipais de Matosinhos e de Setúbal e pela esad–idea, Investigação em Design e Arte, apresenta 34 originais de Manuel Lapa, entre desenhos e maquetes; 66 impressões digitais em papel, a partir de ilustrações de livros; 56 peças impressas, entre cartazes, livros e revistas; e ainda três ilustrações em vinil recortado, de grandes dimensões. Um total de 156 peças em exposição.

Tendo sido apresentada ao público pela primeira vez no âmbito da Festa de Ilustração de Setúbal 2019, Da Luz e das Sombras inaugura agora na Casa do Design Matosinhos, a 16 de janeiro, pelas 17 horas, ficando patente ao público até 22 de março de 2020. A entrada é livre.

O catálogo da exposição — Manuel Lapa – Ilustração, Arranha-Céus Editora —, com edição de Jorge Silva, apresenta cerca de 300 peças.


Manuel Lapa (Lisboa, 20.09.1914 – 11.12.1979) foi um dos mais importantes ilustradores e artistas gráficos da segunda geração do Moderninsmo português. Diplomado pela Escola de Belas-Artes de Lisboa, foi professor na mesma instituição. Em 1940 assume a direção de arte da Exposição do Mundo Português. Dirigiu e/ou colaborou com revistas como a Panorama, Diana ou Atlântico. Participou em várias exposições e integrou a equipa de artistas-decoradores do Museu de Arte Popular. Em 1947 foi-lhe atribuído o Prémio Domingos Sequeira. Fez parte do núcleo de fundadores do IADE/ Instituto de Arte, Decoração e Design de Lisboa.

Jorge Silva (Lisboa, 1958) é um designer de comunicação dedicado essencialmente ao design editorial e à direção de arte de publicações. Foi diretor de arte dos jornais Combate e O Independente e dos suplementos que desenhou para o jornal Público, Y e Mil Folhas. Jorge Silva tem dezenas de prémios da The Society for News Design americana pelo seu trabalho de direção de arte nestes dois jornais. Dirigiu várias revistas, como a 20 Anos, Ícon, LER e LX Metrópole. Esta última originou, em 2001, a criação do atelier Silvadesigners, que se tem dedicado ao branding cultural, sobretudo relacionado com a vida cultural lisboeta. Neste contexto, faz a direção de arte das revistas Agenda Cultural de Lisboa, XXI e Blimunda. Durante três anos ocupou as funções de diretor de arte do Grupo Editorial Leya e, desde o início de 2015, é consultor artístico da Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Nos últimos anos tem lecionado Direção de Arte em mestrados da Faculdade de Belas-Artes do Porto e tem-se dedicado à investigação e curadoria nas áreas do design e ilustração. É responsável pelo conceito e edição da Coleção D, publicada pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda, sobre designers históricos e contemporâneos portugueses. Criou o blogue Almanaque Silva, onde conta histórias da ilustração portuguesa. É membro da AGI – Alliance Graphique Internationale, desde 2012.

Créditos

Organização
câmara municipal de setúbal câmara municipal de matosinhos esad–idea, investigação em design e arte

curadoria
jorge silva

16 jan — 22 mar 2020 casa do design matosinhos

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