Riccardo dalisi (1931-2022)

Riccardo Dalisi foi um dos mestres do design italiano e nome maior da Arte Povera, cujo trabalho nunca se desligou da arte e da poesia, por um lado, e do empenho social, expresso no trabalho com as comunidades dos bairros pobres de Nápoles, por outro.

É com grande afeição e respeito que a ESAD recorda o seu contributo, como convidado e colaborador inestimável em projetos de relevo promovidos pela escola.

Entre várias iniciativas, a ESAD / esad–idea, no âmbito da Porto Design Biennale, organizaram em 2019 aquela que foi a primeira retrospetiva da obra de Riccardo Dalisi – Imperfeição Perfeita – e que resultou também num livro, que proporciona uma panorâmica ímpar sobre a obra deste nome maior do design e da arte contemporâneos.

Destaque ainda para a contribuição de Riccardo Dalisi no concurso Art on Chairs International Design Competition, no âmbito do qual o mestre do design liderou na ESAD a conferência e workshop A Cadeira e a Poética do Design, com os estudantes do Mestrado em Design de Interiores.


RICCARDO DALISI inicia o seu percurso como arquiteto, mas dedica-se também ao design e à arte. Em 1973, funda com os Archizoom – Alessandro Mendini, Franco Raggi e outros importantes designers – os Global Tools, a expressão mais genuína do chamado Design Radical. Com a colaboração dos artesãos da Rua Catalana, una zona carenciada de Nápoles, desenvolve a experimentação dos novos usos e funções de um instrumento que se torna um dos ícones do design internacional – a cafeteira Napolitana – produzida pela Alessi em 1987. Estas experiências, que se assumem como revelações sociológicas e antropológicas de um povo, fazem merecer a Dalisi o prestigiado prémio Compasso d'Oro. Como designer, projeta objetos produzidos por Zanotta, Alessi, Morphos, Fiat, Munari, Baleri, Rosenthal, Ritzenhoff, Bisazza. Nos anos 90 dedica-se à escultura, voltando à Rua Catalana com Napolino, um projeto inovador baseado na instalação de esculturas em lata realizadas pelos artesãos e pela população local, evocando a experiência dos anos 70. As suas obras integram as coleções das mais prestigiadas organizações e museus internacionais: Bienal de Veneza, Trienal de Milão e Bienal de Chicago; Museu do Design de Denver, Guggenheim de Nova Iorque, Museu de Copenhaga, Museu de Arte Contemporânea de Salonicco, Palácio Real de Nápoles, Fundação Cartier de Paris, Tabak Museum de Viena, Museu Zitadelle Spandau de Berlim; Museus de Artes Decorativas de Montreal, Groningen e Paris. Em 2010, promove a primeira edição do Compasso di Latta, para a promoção da investigação no campo do design sustentável.